Sumário: Introdução. I – História do Império Romano. II – Geografia do Império Romano. III – O legado do Império Romano. IV – O Império Romano e os judeus. V – O Império Romano e os cristãos. VI – Fim do Império Romano.
INTRODUÇÃO
Simbolizado pelo ferro, o Império Romano conquistou e subjugou muitos povos. Do Ocidente ao Oriente, o peso de seus punhos era conhecido e proverbial. Jamais houvera reino tão poderoso! A simples menção de seu nome era mais do que suficiente para amedrontar povos, derrubar reis e dilatar fronteiras.
Eis como Daniel viu esse férreo império: “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível,, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres” (Dn 7.7).
As histórias de Roma e Israel estreitam-se em Jerusalém e na Eternidade. Em Jerusalém, porque foram os romanos que destruíram a amada e idolatrada capital do judaísmo. Na eternidade, porque foram os romanos, também, quem assinaram a sentença de morte de Cristo, o Filho do Deus Vivo!
O Império Romano, portanto, será tratado com severidade no Dia do Senhor!
I – HISTÓRIA DO IMPÉRIO ROMANO
Enquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente e esmagava o até então invencível poderio persa, um outro império começava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rômulo e Remo, provavelmente, e de início humilde e até desprezível, Roma vai ampliando com vagar seus raios de influência. No Século III a.C, já é senhora de toda a península itálica.
Roma, habitada por indo-europeus, que, em levas sucessivas, fixaram-se em seu território miscigenando-se aos etruscos, gregos e gauleses, ela não pára de expandir-se. Durante a Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.), os romanos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas sicilianas. Sentindo-se fortalecidos, eles anexam a Córsega e a Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do Pó.
Nas duas últimas guerras púnicas, Roma derrota o brilhante general cartaginês, Aníbal, e põe término a grandeza incômoda de Cartago. Netta Kemp de Money explica as conseqüências desses primeiros sucessos romanos: “Estas guerras lançaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto que Filipe V da Macedônia havia ajudado a Aníbal; e Antíoco, o Grande, da Síria, lhe havia concedido asilo depois de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforços de seu filho Perseu, para vingar a derrota, fracassaram. Diante desta demonstração de poder de Roma, quase todos os príncipes do Oriente optaram por reconhecer sua supremacia e aliar-se com a potência superior. Antíoco, o Grande, havia sonhado com a conquista da Grécia, porém, foi vencido pelos romanos na batalha de Magnésia, e a seu neto, Antíoco Epífanes, que se havia proposto agregar o Egito e seus domínios, bastou uma repressão de Roma para que desistisse. Houve uma ou outra escaramuça depois dos meados do século segundo antes de Cristo, porém, desde aquela época, todo o mundo teve de reconhecer a supremacia da república romana.”
II – GEOGRAFIA DO IMPÉRIO ROMANO
É difícil traçar os limites do Império Romano. Dilatadíssimo, mantinha incontáveis províncias na Europa, Ásia e África. Foi o mais poderoso reino da Terra. Sua presença era sentida em todas as partes do Globo.
Nos tempos de sua maior extensão, informa John Davis, o Império Romano media 3.000 milhas de este a oeste, e 2.000 de norte a sul, com uma população de 120.000.000.
III – O LEGADO DO IMPÉRIO ROMANO
Os gregos legaram-nos a base da sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmáticos e administradores por excelência, deixaram-nos colossal monumento jurídico esculpido em sua experiência privada e pública.
Souto Maior, em sua História Universal, diz-nos como os romanos fizeram suas leis: “O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma às civilizações que lhe sucederam. O antigo direito consuetudinário, isto é, baseado no uso e nos costumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tábuas, que é considerada a mais antiga lei romana.
“O sistema jurídico dos romanos resultou não somente da necessidade de governar os diferentes povos dos países conquistados mas, também, da natural substituição de antigos costumes por certos princípios gerais que se foram condensando através dos editos dos pretores.
“Os pretores eram magistrados encarregados da administração da justiça. No começo de sua gestão, o pretor comumente promulgava um edito, estabelecendo os princípios que iriam orientar os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas repetissem o que já estava estabelecido por seus predecessores, de vez em quando surgiam novas regras, modificando a estrutura jurídica precedente.
“Antes do III século a.C. existia apenas o ‘praetor urbanus’, isto é, o juiz da cidade. Depois, estabeleceu-se o cargo de ‘praetor peregrinus’ que deveria julgar os casos entre cidadãos romanos e estrangeiros.
“Aplicando e interpretando a lei, os pretores criaram duas espécies de direito: o que se aplicava aos cidadãos romanos, chamado ‘jus civile’, e o que dizia respeito a todos os povos de maneira geral, denominado ‘jus gentium’. Era o ‘jus gentium’ que autorizava a existência da escravidão e da propriedade privada, sendo, portanto, um complemento do ‘jus civile.’
“No século II a.C, foi elaborado, por Sálvio Juliano, sob o governo de Adriano, o Edito Perpétuo, que codificava os editos dos pretores e também os dos imperadores.
“Admitiram também os romanos a existência de um ‘jus naturale’, que não era propriamente um conjunto de leis e sim a idéia de que, acima do Estado e das instituições, existe um princípio de justiça válido universalmente, ou, como afirmou Cícero, ‘uma razão justa, consoante à natureza, comum a todos os homens, constante, eterna’.
“O ‘jus civile’ romano estabeleceu uma perfeita distinção entre pessoa e pessoas ao mesmo tempo. Os escravos não eram considerados pessoas e, assim, destituídos de quaisquer direitos.”
Eis mais alguns importantes legados romanos: tirocí-nio administrativo; engenharia diversificada e prática; política exterior fundada no pragmatismo; disciplina e agilidade nas forças armadas, e, urbanização eficaz.
IV – O IMPÉRIO ROMANO E OS JUDEUS
Herodes, o Grande |
Pompeu estava no Oriente Médio para conter o ex-pancionismo de Mitrídates, rei do Ponto. Sonhando construir ura grande império, esse monarca intentava conquistar a Ásia Menor e a Palestina e, assim, minar a posição romana nessa tão estratégica área. Preocupada, Roma envia à região um bravo e nobre general.
Grande estrategista, Pompeu vence o rei Mitrídates, que se refugia na Armênia. Mesmo vencido, o ambicioso soberano reorganiza-se e tenta tomar a Síria. O general romano, entretanto, intervém uma vez mais e o derrota definitivamente.
O governo de Roma, satisfeito com o desempenho de seu brilhante militar, designa-o governador das províncias da Ásia. Foi nessa qualidade, que Pompeu recebeu Aristó-bulo e Alexandre. Disputando ferrenhamente o trono da Judéia, ambos submetem-se à sua arbitragem. O povo, contudo, não deseja ser governado por nenhum dos dois.
Que decisão tomar?
Prático, o general romano desejava colocar sobre os judeus um rei títere. Entre os contendores, opta pelo mais manobrável e influenciável. A escolha recai sobre Hircano, cujo caráter era débil. A decisão de Pompeu desagrada, profundamente, a Aristóbulo, que começa a arquitetar planos de vingança e revolta.
Hircano, respaldado por Roma, assume o poder e introduz, em Jerusalém, o exército romano. Revoltado, Aristóbulo encerra-se no Santo Templo com 12 mil partidários. Pompeu, ao examinar detidamente a questão, decide tomar o santuário.
A luta é grande. O espetáculo, dantesco. Aristóbulo consegue fugir. Seus homens, contudo, são aniquilados. Sentindo-se senhor da situação, Pompeu penetra no lugar mais sagrado do Templo – o santíssimo. Esperava, quem sabe, deparar-se com segredos etéreos e mistérios celestiais. Contempla, no entanto, um singelo altar, cuja glória residia no nome do Santo de Israel. Dessa maneira, deixa a Casa do Senhor.
Depois dessa intervenção, a Judéia torna-se província romana.-Nessa qualidade, fica sujeita aos mais absurdos caprichos dos poderosos senhores de Roma. Durante o primeiro triunvirato, Crasso, para mostrar seus méritos militares, declara guerra aos partos. Mas, como financiar tão arrojada campanha? Lembra-se dos lendários tesouros do Templo e o saqueia. Com dez mil talentos de ouro, tenta conseguir seu intento. Embora impetuoso e feroz, não é bem sucedido: perde a guerra, o dinheiro e a vida.
De manobra em manobra, Herodes, o Grande, consegue dos romanos o governo e o trono da Judéia. Sua carreira política teve início, quando ele tinha 15 anos. Desde cedo mostrou-se cruel e sanguinário. Não tolerava quaisquer arranhões em sua autoridade. Sedento de poder, prendia, desterrava e matava.
Tão maquiavélico era Herodes que, fácil e rapidamente, ganhou a confiança dos mandatários romanos. Nas situações mais adversas, mostrava quão habilidoso político era. Ele não suportava a menor ameaça ao seu trono. Não hesitou, por exemplo, em assassinar seus filhos Aristóbulo e Alexandre. Carcomido de ciúmes, executou também sua belíssima esposa Mariana, descendente dos macabeus.
Em 37 a.C, finalmente, o monstruoso Herodes liquidou a brava e heróica dinastia hasmoneana. Enfim, o trono da Judéia era todo seu! Um de seus últimos desatinos foi a matança dos inocentes de Belém. Sua real intenção era destruir a vida do infante Jesus. Depois de todas essas sandices, o perverso idumeu desapareceu entre atrozes dores e com suas entranhas consumidas por vermes. Uma de suas grandes obras foi a ampliação e embelezamento do Templo. Mesmo assim, os judeus não se esqueceram de seus bárbaros e selvagens crimes.
Das personalidades romanas enviadas à Judéia, destacaremos, a seguir, apenas duas. Uma, responsável pela morte de Jesus, e a outra, pela destruição de Jerusalém. Referimo-nos a Pôncio Pilatos e ao general Tito.
1 – Pilatos
Pôncio Pilatos assumiu o governo da Judéia no ano 26 d.C. Nomeado por Tibério, sua administração foi tumultuada e cheia de agitações. O historiador e filósofo hebreu, Filo, escreve sobre o quinto governador romano da terra de Judá, taxando-o de rígido, teimosamente severo, de disposição pronta a despeitar os outros; era excessivamente iracundo. O mesmo cronista fala, ainda, dos subornos, atos de orguho e violência, ultrajes, brutalidades e assassinatos cometidos por essa autoridade romana.
Pertencente à ordem eqüestre ou à classe média superior romana, Pilatos dispunha de amplos poderes na Judéia. Tendo à sua disposição formidável aparato militar, tinha autoridade para prender, executar e suspender qualquer pena capital. Sob a sua custódia, ficavam as vestes sacerdotais. Ele só as entregava ao sumo sacerdote, por ocasião dos festivais judaicos.
Inescrupuloso, provocou a ira dos judeus, certa ocasião, ao trazer a Jerusalém, pendões com a figura do imperador romano. Os israelitas, não suportando tamanha idolatria, começaram a gritar e a protestar, até que as imagens foram retiradas. Mostrando-se lerdo para aprender os costumes judaicos, de outra feita, confiscou dinheiro do templo para construir um aqueduto em Jerusalém. Os protestos gerados por esse arbítrio foram também violentos, contribuindo para desequilibrar sua administração.
Sua perversidade, contudo, escondia um caráter fraco e uma vontade débil. Ele estava mais interessado em agradar ao imperador, do que a lutar por princípios justos e ideais verdadeiros. Haja vista, por exemplo, quão ambíguo foi seu comportamento quando do julgamento de Jesus Cristo. Procurando adular seu soberano e os líderes judaicos, consentiu, judicialmente, a morte do Salvador da humanidade.
Depois de muitas desventuras, Pilatos foi forçado a suicidar-se pelo imperador Gaio. No inferno, segundo uma lenda, está a lavar suas mãos continuamente, mas, não consegue livrar-se das manchas carmesins do sangue do Cordeiro de Deus.
2 – Tito
Pôncio Pilatos |
Com essa insana escolha, os filhos de Abraão começavam a escrever um dos mais tristes e funestos capítulos de sua atribulada história. O sangue do Nazareno começaria a cair-lhes sobre a cabeça a partir do ano 70 d.C, com a destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos.
Nessa época, o Cristianismo já havia alcançado os mais longínquos rincões do Império Romano. A religião do Nazareno, inclusive, já havia conquistado considerável terreno na luxuriante e orgulhosa Roma.
Na Judéia, enquanto isso, os israelitas foram obrigados a suportar toda a sorte de arbitrariedade das autoridades romanas. O governador Gesius Florus, por exemplo, assumiu o poder com o espírito eivado de preconceitos contra os judeus. O carrasco, como era conhecido, quebrantou as leis mosaicas e desrespeitou, acintosa e publicamente, as mais caras tradições do povo de Israel. Para esse procurador, os hebreus não passavam de um bando de fanáticos e desequilibrados.
Em Cesaréia, os gregos, vendo a forma como Florus tratava os judeus, começou a persegui-los com redobrado fervor. A vida da comunidade judaica, nessa cidade, transformou-se num inferno. Os israelitas nem mesmo podiam adorar a Deus. Em frente às sinagogas, os helenos promoviam grandes tumultos, impedindo a realização dos ofícios religiosos.
Uma delegação judaica foi enviada a Gesius Florus para pedir-lhe proteção. O governador romano, no entanto, ordenou a matança dos representantes judeus.
A notícia da aflição dos israelitas de Cesaréia chegou a Jerusalém e causou profunda comoção. Os zelotes entraram em ação e iniciaram uma guerra de guerrilhas contra as forças romanas. Deteriorou-se a situação quando Florus exigiu 17 talentos de ouro que se encontravam no Templo.
A partir daí, alastrou-se o conflito romano-judaico.
O governador da Síria, Céstius Gallus, viajou a Jerusalém para investigar as causas do levante. Sua presença, no entanto, provocou profundo mal-estar, por incorporar a 80 imagem da opressora Roma. Embora estivesse acolitado por poderoso exército, foi ele obrigado a deixar a cidade. Após sofrer vergonhosa e fragorosa derrota, refugiou-se no território sírio.
Tito (Imperador) |
Nero foi notificado do levante na Judéia, quando se encontrava na Grécia assistindo aos jogos olímpicos e participando de alegres festas. Para sufocar a rebelião, enviou à Palestina um de seus mais competentes militares. Estrategista de primeira grandeza, o general Vespasiano começa a tomar cidade após cidade dos revoltosos. Quando preparava-se para sitiar Jerusalém, foi chamado às pressas à capital do império. Com a morte do desvairado Nero, foi ele aclamado imperador.
A tarefa de sitiar e tomar a Cidade Santa é entregue, então, ao filho de Vespasiano. Com a mesma determinação do pai, o general Tito lança-se sobre Jerusalém, no ano 70 d.C.
O historiador israelita, Simon Dubnow, narra-nos, com vivas cores, como a mais amada das cidades judaicas foi destruída:
“…a fome se alastrava cada vez mais por Jerusalém; os cereais armazenados já se haviam esgotado há muito tempo; os ricos entregavam suas propriedades e os pobres seus últimos pertences em troca de um pedaço de pão. Histórias terríveis se gravaram na memória do povo a respeito dos acontecimentos daqueles dias. Martha, a abastada viúva do sumo sacerdote Jesus Ben Gamaliel, em cuja passagem, quando se dirigia ao Templo, se estendiam, outrora, preciosos tapetes, se via agora na contingência de aliviar sua fome com restos recolhidos nas ruas; outra mulher rica, levada pela fome, degolou o próprio filhinho para comê-lo. As ruas estavam repletas de cadáveres e de gente desfalecida, e não havia tempo para enterrar os mortos. Os cadáveres espalhados por toda a parte empestavam o ar. A fome, a epidemia e as setas do inimigo provocaram a ruína nas fileiras dos defensores; mas os que ainda resistiam não perdiam as esperanças. Este heroísmo e pertinácia do povo assombrou até os heróicos romanos. Finalmente, eles dirigiram suas máquinas de assédio contra as fortificações do Templo. Quando os romanos tomaram a Torre Antônia, descobriram repentinamente espessas muralhas que circundavam o Templo, e, como fosse impossível derrubá-las, Tito ordenou que se incendiassem os portões exteriores, dos quais partia uma série de colunas que chegavam até o próprio Templo; os guerreiros judeus lutaram como leões, e cada passo para o Templo custava ao inimigo rios de sangue.
“De repente, um soldado romano agarrou um lenho ardente e lançou-o ao interior do Templo, através de uma janela. As portas de madeira das salas do Templo se inflamaram e logo todo o Templo se achava envolto em chamas. Tito, que se dirigiu imediatamente para o lugar atingido, proferiu aos soldados, em altas vozes, a ordem de sufocar o incêndio e salvar o esplêndido edifício. Mas devido ao estrépido ensurdecedor das construções que caíam, aos gritos desesperados dos sitiados e ao ruído das armas, tornou-se impossível perceber a voz do chefe. Os enfurecidos romanos lançaram-se sobre as câmaras não afetadas ainda pelo fogo, com o fim de roubar os tesouros ali acumulados, mas somente puderam penetrar pisando os cadáveres dos guerreiros judeus, que lhes opunham uma grande resistência no meio das labaredas. Então, os vencedores deram livre expansão à sua cólera. Velhos, mulheres e crianças foram assassinados sem compaixão; muitos hebreus encontraram a morte nas chamas, às quais se precipitaram valentemente. O Templo, orgulho da Judéia, transformou-se em um monte de escombros, sendo destruído na mesma data (nove e dez de Aw) em que fora destroçado antigamente o primeiro templo por Nabucodonosor. Dos objetos contidos no Templo, só permaneceram intatos o candelabro, a mesa sagrada e um rolo da Tora. Tito ordenou levá-los e conservá-los como lembrança de seu triunfo. “Com a ruína de Jerusalém, desmembrou-se por completo o Estado Judeu. Esta luta tão singular na história, luta entre um Estado minúsculo e o Império mais poderoso do mundo, absorveu uma infinidade de vítimas e cerca de um milhão de judeus pereceu na guerra com os romanos (66-70) e uns cem mil foram feitos prisioneiros. Desses cativos, alguns foram mortos, outros enviados a trabalhos forçados ou vendidos como escravos nos mercados da Ásia e África; mas os mais fortes e belos ficaram para lutar com feras nos circos romanos e acompanhar Tito em sua solene entrada em Roma. Sempre que Tito celebrava o aniversário de seu pai e de seu irmão, organizava jogos militares e lutas de gladiadores, nos quais se arrojavam muitos judeus às feras do circo, para que os destroçassem, divertindo o público.”
Para comemorar a sua vitória, o imperador Vespasiano ordenou a cunhagem de moedas especiais que traziam uma mulher acorrentada e a seguinte expressão: “Judéia cativa, Judéia vencida.”
Poucos anos após a queda de Jerusalém, judeus e romanos voltariam a enfrentar-se. O renhido combate foi travado em Massada. Mostrando mais uma vez sua audácia e coragem, a resistência judaica preferiu autodestruir-se, a entregar-se ao opressor romano. A partir de então, toda a Judéia passou a pertencer aos imperadores romanos, que passaram a doar seus lotes ou vendê-los.
V – O IMPÉRIO ROMANO E OS CRISTÃOS
O judaísmo era tolerado no Império Romano, por não possuir caráter proselitista. A religião judaica limitava-se aos judeus. Raros eram os prosélitos. Os rabinos não tinham espírito apostólico. Ás autoridades de Roma, por isso mesmo, permitiam o funcionamento de sinagogas e escolas hebraicas. A situação, contudo, foi substancialmente alterada com a guerra na Judéia em 70 d.C.
Cesareia Marítima |
E, nos momentos que antecederam sua subida aos céus, o Ressuscitado fez esta recomendação aos seus apóstolos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8). A partir desse momento, desse glorioso e memorável momento, tem início uma luta mortal entre o Reino de Deus (a Igreja) e o principado das trevas (o Império Romano).
Os imperadores movem cruentas e impiedosas perseguições contra os cristãos. Nada, porém, consegue barrar o magistral progresso da Igreja. O número de servos de Deus aumenta dia após dia. Esse avanço, contudo, custa um alto preço: o sangue dos santos.
Hegesipo, escritor do Século II, narra-nos como o perverso e anormal Nero tratou os cristãos, acusados, por ele, de terem incendiado Roma: “Alguns foram vestidos com peles de animais ferozes, e perseguidos pelos cães até serem mortos, outros foram crucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois incendiados ao pôr-do-sol, para que pudessem servir de luzes para iluminar a cidade durante a noite. Nero cedia os seus próprios jardins para essas execuções e apresentava, ao mesmo tempo, alguns jogos de circo, presenciando toda a cena vestido de carreiro, indo umas vezes a pé no meio da multidão, outras vendo o espetáculo do seu carro”.
Sob o governo de Nero, que mandou incendiar a capital de seu império e, covardemente, culpou os cristãos, pereceram, ainda, os apóstolos Pedro e Paulo. Os seguidores de Cristo foram perseguidos pelo Império Romano por quase 300 anos. A situação só se amainou com a ascensão de Constantino, o Irande. Não falaremos mais detalhadamente acerca dos sofrimentos desses heróicos homens, mulheres e crianças, por absoluta falta de espaço. O sangue desses santos, entretanto, continua a clamar no tempo e clamará na eternidade.
VI – O FIM DO IMPÉRIO ROMANO
Inscrição de Pôncio Pilatos |
Em 476 d.C, os bárbaros invadiram Roma. Desapareceu, assim, o mais extenso e poderoso reino humano! No entanto, segundo profetizou Daniel, esse império ressurgirá com grande poder. Sua duração, porém, será curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores encarregar-se-á de destruí-lo.
Fonte: Fontes: Bíblia, AdventismoemFoco e MagnusNascimento.Wordpress, JW
Referências Bíblicas: Atos dos Apóstolos; Mateus; Marcos; Lucas; João; Revelação (Apocalipse) outros.
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