segunda-feira, 24 de outubro de 2016

SISAQUE O FARAÓ QUE TOMOU CIDADES DE ISRAEL E DE JUDÁ

Imagem: Alívio triunfal de Sisaque no templo de Amon em Karnak, Egito. O deus Amon 

à esquerda leva cidades israelitas em cativeiro enquanto Shishak à direita (restaurada) 

fere seus inimigos, sem dúvida israelitas.

Jeremias e Esdras mencionam a invasão de Judá pelo Faraó Sisaque, dizendo especificamente que isso ocorreu “no quinto ano do Rei Roboão (de Judá)”, ou seja, em 993 a.c. (1 Reis 14:25-28; 2 Crônicas 12:1-12) Por muito tempo, o único registro dessa invasão era só mencionado na Bíblia. Então, foi descoberto um relevo numa parede de um templo egípcio em Karnak (antiga Tebas).
Esse relevo na parede de um templo egípcio em Karnak enumera a quantidade de cidades egípcias conquistadas por Sisaque.

O documento também faz referência ao "campo de Abraão", é a menção mais antiga do patriarca nos textos egípcios.

Muro em Karnak com o relevo das cidades conquistadas por Sisaque
Está também registrado neste esfinge do Louvre o nome do rei Merenptah, filho de Ramsés II. Ele reinou de 1213-1203 a.c. o que corresponde ao final do período dos juízes em Israel.

Assim, fica claro que os escritores bíblicos registraram fatos, não ficção. Escreveram a verdade, mesmo quando isso envolvia revelar fatos vergonhosos, como no caso das vitórias de Sisaque em Israel e Judá. Essa franqueza é bem diferente das crônicas enfeitadas e exageradas dos escribas egípcios do Egito antigo, que se recusavam a registrar qualquer coisa negativa sobre seus governantes ou povo.


Fonte: biblicalarchaeology; louvrebiblia.pt e JW
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sábado, 22 de outubro de 2016

A DESCOBERTA DO SELO DO REI EZEQUIAS EM JERUSALÉM





A cada escavação arqueológica em Jerusalém, mais evidências sobre os relatos bíblicos são descobertas, reforçando a veracidade histórica do Livro Sagrado. A recente descoberta do selo do rei Ezequias por arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém é um exemplo disso.
Ezequias governo o reino de Judá por volta do ano 700 a.C. e ficou conhecido como um grande defensor da cultura judaica em tempos de apostasia, eliminando a idolatria e estabelecendo a justiça no reino, segundo relatos do livro de 2 Reis.

Inscrição circular em uma peça de argila tem menos de 1 cm de comprimento
  Segundo os historiadores o selo traz uma inscrição que teria sido feita pelo próprio rei. “Essa é a primeira vez que a impressão de um selo de um rei israelita ou da Judéia é revelada em uma escavação arqueológica científica”, afirma Eilat Mazar, da Universidade Hebraica de Jerusalém.

As escavações que descobriram o selo de Ezequias estão sendo feitas na parte sul de um muro que cerca a Cidade Velha de Jerusalém, onde ficava uma área de descarte de dejetos nos tempos de Ezequias. Isso reforça a hipótese de que o achado pode ter sido descartado juntamente com utensílios de um edifício real.

O achado que traz uma forma de impressão chamada de bula, possui o desenho de um sol com duas asas, além de escritos em hebraico antigo. Segundo os arqueólogos, o sul com as asas era uma representação da proteção divina sobre seu povo.

Selo do Rei Ezequias encontrado
O selo só foi reconhecido como sendo parte de uma achado milenar após cinco anos desde que foi escavada juntamente com 33 outras peças. Ao examinar melhor essas peças, um membro da equipe constatou que no selo em especial havia a inscrição que diz: “Pertencente a Ezequias (filho de) Acaz, rei de Judá”.

"Sempre surge a pergunta 'quais são os fatos reais por trás das histórias bíblicas?'", disse Mazar. "Aqui temos a chance de chegar tão perto quanto possível da própria pessoa, do próprio rei".


Fonte: Universidade Hebraica de Jerusalém, R7 e Blog Marco Feliciano.
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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

7 - ANGLO-AMERICANA

7 POTÊNCIAS MUNDIAIS DESCRITAS NA BÍBLIA (SÉRIE)


Vivemos numa época muito especial e marcante: período em que surgiria a sétima potência mundial da história bíblica. Essa potência é a única mencionada na Bíblia apenas de forma profética, visto que as seis potências anteriores constam no registro histórico da Bíblia. A respeito das sete potências, ou “reis”, a Bíblia predisse: “Há sete reis: cinco já caíram, um é, o outro ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo.” * — Revelação (Apocalipse) 17:10.

A visão de Daniel
  Há pouco mais de 1.900 anos, quando essas palavras foram escritas, cinco desses sete “reis”, ou impérios políticos, já ‘haviam caído’: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia. A expressão “um é” se referia a Roma. Mas o domínio de Roma não duraria para sempre. Ainda surgiria outro império. Mas a profecia dizia: “[Ele] ainda não chegou.” A profecia bíblica se cumpriu e o sétimo ‘rei’ surgiu no cenário mundial. Qual é a identidade desse ‘rei’? Será que ele dominará para sempre? Se não, como sairá de cena? A Bíblia nos dá respostas claras a essas perguntas.

-Relatando a Profecia
A sétima potência mundial começou a tomar forma quando a Inglaterra, na extremidade noroeste do Império Romano, ganhou destaque. Na década de 1760, essa ilha já havia se tornado o poderoso Império Britânico. A Grã-Bretanha continuou a aumentar em riqueza e poder. No século 19, já havia se tornado a nação mais rica e poderosa do mundo. “O Império Britânico”, comenta uma obra de referência, “foi o maior que o mundo tinha visto”. Tinha “uma população de 372 milhões de habitantes e cobria uma área de mais de 28 milhões de quilômetros quadrados”.

Uma “enorme estátua” em forma humana
A visão de Nabucodonosor
A profecia em Revelação 17:10 complementa outra profecia, encontrada no livro de Daniel. Ele escreveu sobre uma “enorme estátua” vista pelo rei babilônio Nabucodonosor numa visão dada por Deus. (Daniel 2:28, 31-43) Daniel revelou ao rei que as partes da estátua representavam a sucessão de impérios políticos que começou com Babilônia, a potência mundial dominante naquela época. (O Egito e a Assíria já haviam surgido e saído de cena.) A História confirma a seguinte sucessão::
- A cabeça de ouro representava o Império Babilônico.

- O peito e os braços de prata retratavam a Medo-Pérsia.
- O ventre e as coxas de cobre se referiam à Grécia antiga.
- As pernas de ferro representavam o Império Romano.

Os pés, uma mistura de ferro e argila, simbolizam a falta de união em sentido político e social durante o período da potência mundial anglo-americana.

Segundo Revelação 17:10, a sétima potência mundial “tem de permanecer por pouco tempo”. Que duração tem esse “tempo”? Como essa potência desaparecerá do cenário mundial? E o que acontecerá depois disso? Daniel esclarece essas dúvidas.

- Descobrindo a Profecia
Depois de descrever a estátua já mencionada, Daniel escreveu: “Cortou[-se de um monte] uma pedra, sem mãos, e ela golpeou a estátua nos seus pés de ferro e de argila modelada, e os esmiuçou.” (Daniel 2:34) Qual o significado dessa visão impressionante?

Daniel continuou: “Nos dias daqueles reis [os últimos] o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos [terrestres], e ele mesmo ficará estabelecido por tempos indefinidos.” * (Daniel 2:44, 45)

Veja estes pontos importantes:
O Reino vitorioso, representado por uma pedra grande, é ‘estabelecido’ pelo próprio Deus, não por “mãos” humanas. Assim, é apropriado que seja chamado de Reino de Deus.

O Reino de Deus “esmiuçará”, ou esmagará, todos os governos humanos, incluindo a sétima potência mundial. Por quê? Eles se negarão a renunciar ao poder e enfrentarão a Deus em uma última grande guerra, num lugar simbólico chamado Har–Magedon, ou Armagedom. A Bíblia deixa claro que essa guerra envolve os “reis de toda a terra habitada”. — Revelação 16:13, 14, 16.

Ao contrário dos governos humanos, que são transitórios — incluindo a sétima potência mundial —, o Reino de Deus “jamais será arruinado”. Além disso, ele governará a Terra inteira. — Daniel 2:35, 44.

A destruição dos inimigos de Deus será um cumprimento impressionante da profecia de Gênesis 3:15, mencionada no primeiro artigo desta série. Jesus Cristo, o “descendente” da mulher, esmagaria a serpente simbólica, Satanás, e seus descendentes. (Gálatas 3:16) O descendente de Satanás inclui todos os humanos que escolhem agir como o Diabo e promovem a ideia de que o homem deve governar a si próprio em vez de ser governado por Deus e Cristo. — Salmo 2:7-12.


Fonte: Fontes: Bíblia, AdventismoemFoco e MagnusNascimento.Wordpress, JW
Referências Bíblicas: Gênesis 3:15, Daniel, Mateus, Marcos, Lucas, João, Gálatas, Apocalipse, outros.
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

6 - ROMA

7 POTÊNCIAS MUNDIAIS DESCRITAS NA BÍBLIA (SÉRIE)


Sumário: Introdução. I – História do Império Ro­mano. II – Geografia do Império Romano. III – O lega­do do Império Romano. IV – O Império Romano e os ju­deus. V – O Império Romano e os cristãos. VI – Fim do Império Romano.

INTRODUÇÃO
Simbolizado pelo ferro, o Império Romano conquistou e subjugou muitos povos. Do Ocidente ao Oriente, o peso de seus punhos era conhecido e proverbial. Jamais houvera reino tão poderoso! A simples menção de seu nome era mais do que suficiente para amedrontar povos, derrubar reis e dilatar fronteiras.

Eis como Daniel viu esse férreo império: “Depois dis­to, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível,, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres” (Dn 7.7).

As histórias de Roma e Israel estreitam-se em Jerusa­lém e na Eternidade. Em Jerusalém, porque foram os ro­manos que destruíram a amada e idolatrada capital do ju­daísmo. Na eternidade, porque foram os romanos, também, quem assinaram a sentença de morte de Cristo, o Fi­lho do Deus Vivo!
O Império Romano, portanto, será tratado com severi­dade no Dia do Senhor!

I – HISTÓRIA DO IMPÉRIO ROMANO
Enquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente e esmagava o até então invencível poderio persa, um outro império começava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rômulo e Remo, provavelmente, e de início humilde e até desprezível, Roma vai ampliando com vagar seus raios de influência. No Século III a.C, já é senhora de toda a península itálica.

Roma, habitada por indo-europeus, que, em levas su­cessivas, fixaram-se em seu território miscigenando-se aos etruscos, gregos e gauleses, ela não pára de expandir-se. Durante a Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.), os ro­manos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas sicilianas. Sentindo-se fortalecidos, eles anexam a Córsega e a Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do Pó.

Nas duas últimas guerras púnicas, Roma derrota o brilhante general cartaginês, Aníbal, e põe término a gran­deza incômoda de Cartago. Netta Kemp de Money explica as conseqüências desses primeiros sucessos romanos: “Es­tas guerras lançaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto que Filipe V da Macedônia havia ajudado a Aníbal; e Antíoco, o Grande, da Síria, lhe havia concedido asilo depois de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforços de seu filho Perseu, para vingar a derrota, fracassaram. Diante desta demonstração de poder de Roma, quase todos os príncipes do Oriente optaram por reconhecer sua supre­macia e aliar-se com a potência superior. Antíoco, o Gran­de, havia sonhado com a conquista da Grécia, porém, foi vencido pelos romanos na batalha de Magnésia, e a seu neto, Antíoco Epífanes, que se havia proposto agregar o Egito e seus domínios, bastou uma repressão de Roma para que desistisse. Houve uma ou outra escaramuça depois dos meados do século segundo antes de Cristo, porém, desde aquela época, todo o mundo teve de reconhecer a suprema­cia da república romana.”

II – GEOGRAFIA DO IMPÉRIO ROMANO
É difícil traçar os limites do Império Romano. Dilatadíssimo, mantinha incontáveis províncias na Europa, Ásia e África. Foi o mais poderoso reino da Terra. Sua pre­sença era sentida em todas as partes do Globo.

Nos tempos de sua maior extensão, informa John Davis, o Império Romano media 3.000 milhas de este a oeste, e 2.000 de norte a sul, com uma população de 120.000.000.

III – O LEGADO DO IMPÉRIO ROMANO
Os gregos legaram-nos a base da sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmáticos e administradores por excelência, deixaram-nos colossal monumento jurídico esculpido em sua experiência privada e pública.

Souto Maior, em sua História Universal, diz-nos como os romanos fizeram suas leis: “O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma às civiliza­ções que lhe sucederam. O antigo direito consuetudinário, isto é, baseado no uso e nos costumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tábuas, que é considerada a mais antiga lei romana.

“O sistema jurídico dos romanos resultou não somen­te da necessidade de governar os diferentes povos dos paí­ses conquistados mas, também, da natural substituição de antigos costumes por certos princípios gerais que se foram condensando através dos editos dos pretores.

“Os pretores eram magistrados encarregados da ad­ministração da justiça. No começo de sua gestão, o pretor comumente promulgava um edito, estabelecendo os princípios que iriam orientar os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas repetissem o que já estava estabelecido por seus predecessores, de vez em quando surgiam novas regras, modificando a estrutura jurídica prece­dente.
“Antes do III século a.C. existia apenas o ‘praetor urbanus’, isto é, o juiz da cidade. Depois, estabeleceu-se o cargo de ‘praetor peregrinus’ que deveria julgar os casos entre cidadãos romanos e estrangeiros.

“Aplicando e interpretando a lei, os pretores criaram duas espécies de direito: o que se aplicava aos cidadãos ro­manos, chamado ‘jus civile’, e o que dizia respeito a todos os povos de maneira geral, denominado ‘jus gentium’. Era o ‘jus gentium’ que autorizava a existência da escravidão e da propriedade privada, sendo, portanto, um complemen­to do ‘jus civile.’

“No século II a.C, foi elaborado, por Sálvio Juliano, sob o governo de Adriano, o Edito Perpétuo, que codificava os editos dos pretores e também os dos imperadores.

“Admitiram também os romanos a existência de um ‘jus naturale’, que não era propriamente um conjunto de leis e sim a idéia de que, acima do Estado e das institui­ções, existe um princípio de justiça válido universalmente, ou, como afirmou Cícero, ‘uma razão justa, consoante à natureza, comum a todos os homens, constante, eterna’.

“O ‘jus civile’ romano estabeleceu uma perfeita dis­tinção entre pessoa e pessoas ao mesmo tempo. Os escra­vos não eram considerados pessoas e, assim, destituídos de quaisquer direitos.”
Eis mais alguns importantes legados romanos: tirocí-nio administrativo; engenharia diversificada e prática; política exterior fundada no pragmatismo; disciplina e agi­lidade nas forças armadas, e, urbanização eficaz.

IV – O IMPÉRIO ROMANO E OS JUDEUS
Herodes, o Grande
  Ao tomar Jerusalém, em 63 a.C, o general romano Pompeu depara-se com a nação judaica bastante enfra­quecida, em conseqüência de renhidas disputas internas. Depois de um começo brilhante e glorioso, a família macabéia passa a fazer escusas manobras para manter-se no po­der. Conhecida, também, como dinastia hasmoneana, aca­bou por cair nas garras de uma ambiciosa e pertinaz família iduméia, de onde viria um monstro voraz e impiedoso -Herodes, o Grande.

Pompeu estava no Oriente Médio para conter o ex-pancionismo de Mitrídates, rei do Ponto. Sonhando cons­truir ura grande império, esse monarca intentava conquis­tar a Ásia Menor e a Palestina e, assim, minar a posição romana nessa tão estratégica área. Preocupada, Roma en­via à região um bravo e nobre general.

Grande estrategista, Pompeu vence o rei Mitrídates, que se refugia na Armênia. Mesmo vencido, o ambicioso soberano reorganiza-se e tenta tomar a Síria. O general ro­mano, entretanto, intervém uma vez mais e o derrota defi­nitivamente.

O governo de Roma, satisfeito com o desempenho de seu brilhante militar, designa-o governador das províncias da Ásia. Foi nessa qualidade, que Pompeu recebeu Aristó-bulo e Alexandre. Disputando ferrenhamente o trono da Judéia, ambos submetem-se à sua arbitragem. O povo, contudo, não deseja ser governado por nenhum dos dois.

Que decisão tomar?
Prático, o general romano desejava colocar sobre os ju­deus um rei títere. Entre os contendores, opta pelo mais manobrável e influenciável. A escolha recai sobre Hircano, cujo caráter era débil. A decisão de Pompeu desagrada, profundamente, a Aristóbulo, que começa a arquitetar planos de vingança e revolta.

Hircano, respaldado por Roma, assume o poder e in­troduz, em Jerusalém, o exército romano. Revoltado, Aris­tóbulo encerra-se no Santo Templo com 12 mil partidários. Pompeu, ao examinar detidamente a questão, decide to­mar o santuário.

A luta é grande. O espetáculo, dantesco. Aristóbulo consegue fugir. Seus homens, contudo, são aniquilados. Sentindo-se senhor da situação, Pompeu penetra no lugar mais sagrado do Templo – o santíssimo. Esperava, quem sabe, deparar-se com segredos etéreos e mistérios celes­tiais. Contempla, no entanto, um singelo altar, cuja glória residia no nome do Santo de Israel. Dessa maneira, deixa a Casa do Senhor.

Depois dessa intervenção, a Judéia torna-se província romana.-Nessa qualidade, fica sujeita aos mais absurdos caprichos dos poderosos senhores de Roma. Durante o pri­meiro triunvirato, Crasso, para mostrar seus méritos mili­tares, declara guerra aos partos. Mas, como financiar tão arrojada campanha? Lembra-se dos lendários tesouros do Templo e o saqueia. Com dez mil talentos de ouro, tenta conseguir seu intento. Embora impetuoso e feroz, não é bem sucedido: perde a guerra, o dinheiro e a vida.

De manobra em manobra, Herodes, o Grande, conse­gue dos romanos o governo e o trono da Judéia. Sua carrei­ra política teve início, quando ele tinha 15 anos. Desde cedo mostrou-se cruel e sanguinário. Não tolerava quais­quer arranhões em sua autoridade. Sedento de poder, prendia, desterrava e matava.

Tão maquiavélico era Herodes que, fácil e rapidamen­te, ganhou a confiança dos mandatários romanos. Nas si­tuações mais adversas, mostrava quão habilidoso político era. Ele não suportava a menor ameaça ao seu trono. Não hesitou, por exemplo, em assassinar seus filhos Aristóbulo e Alexandre. Carcomido de ciúmes, executou também sua belíssima esposa Mariana, descendente dos macabeus.

Em 37 a.C, finalmente, o monstruoso Herodes liqui­dou a brava e heróica dinastia hasmoneana. Enfim, o tro­no da Judéia era todo seu! Um de seus últimos desatinos foi a matança dos inocentes de Belém. Sua real intenção era destruir a vida do infante Jesus. Depois de todas essas sandices, o perverso idumeu desapareceu entre atrozes do­res e com suas entranhas consumidas por vermes. Uma de suas grandes obras foi a ampliação e embelezamento do Templo. Mesmo assim, os judeus não se esqueceram de seus bárbaros e selvagens crimes.

Das personalidades romanas enviadas à Judéia, des­tacaremos, a seguir, apenas duas. Uma, responsável pela morte de Jesus, e a outra, pela destruição de Jerusalém. Referimo-nos a Pôncio Pilatos e ao general Tito.

1 – Pilatos

Pôncio Pilatos assumiu o governo da Judéia no ano 26 d.C. Nomeado por Tibério, sua administração foi tumul­tuada e cheia de agitações. O historiador e filósofo hebreu, Filo, escreve sobre o quinto governador romano da terra de Judá, taxando-o de rígido, teimosamente severo, de dispo­sição pronta a despeitar os outros; era excessivamente iracundo. O mesmo cronista fala, ainda, dos subornos, atos de orguho e violência, ultrajes, brutalidades e assassinatos cometidos por essa autoridade romana.
Pertencente à ordem eqüestre ou à classe média supe­rior romana, Pilatos dispunha de amplos poderes na Judéia. Tendo à sua disposição formidável aparato militar, tinha autoridade para prender, executar e suspender qual­quer pena capital. Sob a sua custódia, ficavam as vestes sacerdotais. Ele só as entregava ao sumo sacerdote, por ocasião dos festivais judaicos.

Inescrupuloso, provocou a ira dos judeus, certa oca­sião, ao trazer a Jerusalém, pendões com a figura do impe­rador romano. Os israelitas, não suportando tamanha ido­latria, começaram a gritar e a protestar, até que as ima­gens foram retiradas. Mostrando-se lerdo para aprender os costumes judaicos, de outra feita, confiscou dinheiro do templo para construir um aqueduto em Jerusalém. Os pro­testos gerados por esse arbítrio foram também violentos, contribuindo para desequilibrar sua administração.
Sua perversidade, contudo, escondia um caráter fraco e uma vontade débil. Ele estava mais interessado em agra­dar ao imperador, do que a lutar por princípios justos e ideais verdadeiros. Haja vista, por exemplo, quão ambíguo foi seu comportamento quando do julgamento de Jesus Cristo. Procurando adular seu soberano e os líderes judai­cos, consentiu, judicialmente, a morte do Salvador da hu­manidade.

Depois de muitas desventuras, Pilatos foi forçado a suicidar-se pelo imperador Gaio. No inferno, segundo uma lenda, está a lavar suas mãos continuamente, mas, não consegue livrar-se das manchas carmesins do sangue do Cordeiro de Deus.

2 – Tito

Pôncio Pilatos
Ao rejeitar o seu Cristo, os judeus disseram: “Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos!” (Mt 27.25.) Essas duras e irresponsáveis palavras foram pronunciadas ante Pôncio Pilatos que pretendia indultar alguém por ocasião da Páscoa. Ao pedir que escolhessem entre Jesus e Barrabás. eles não titubearam. Com os seus corações cheios de ódio, optaram por um salteador e entregaram o bondoso -Jesus à morte.

Com essa insana escolha, os filhos de Abraão começa­vam a escrever um dos mais tristes e funestos capítulos de sua atribulada história. O sangue do Nazareno começaria a cair-lhes sobre a cabeça a partir do ano 70 d.C, com a destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos.

Nessa época, o Cristianismo já havia alcançado os mais longínquos rincões do Império Romano. A religião do Nazareno, inclusive, já havia conquistado considerável terreno na luxuriante e orgulhosa Roma.

Na Judéia, enquanto isso, os israelitas foram obriga­dos a suportar toda a sorte de arbitrariedade das autorida­des romanas. O governador Gesius Florus, por exemplo, assumiu o poder com o espírito eivado de preconceitos con­tra os judeus. O carrasco, como era conhecido, quebrantou as leis mosaicas e desrespeitou, acintosa e publicamente, as mais caras tradições do povo de Israel. Para esse procu­rador, os hebreus não passavam de um bando de fanáticos e desequilibrados.

Em Cesaréia, os gregos, vendo a forma como Florus tratava os judeus, começou a persegui-los com redobrado fervor. A vida da comunidade judaica, nessa cidade, trans­formou-se num inferno. Os israelitas nem mesmo podiam adorar a Deus. Em frente às sinagogas, os helenos promo­viam grandes tumultos, impedindo a realização dos ofícios religiosos.

Uma delegação judaica foi enviada a Gesius Florus para pedir-lhe proteção. O governador romano, no entan­to, ordenou a matança dos representantes judeus.

A notícia da aflição dos israelitas de Cesaréia chegou a Jerusalém e causou profunda comoção. Os zelotes entra­ram em ação e iniciaram uma guerra de guerrilhas contra as forças romanas. Deteriorou-se a situação quando Florus exigiu 17 talentos de ouro que se encontravam no Templo.
A partir daí, alastrou-se o conflito romano-judaico.

O governador da Síria, Céstius Gallus, viajou a Jeru­salém para investigar as causas do levante. Sua presença, no entanto, provocou profundo mal-estar, por incorporar a 80 imagem da opressora Roma. Embora estivesse acolitado por poderoso exército, foi ele obrigado a deixar a cidade. Após sofrer vergonhosa e fragorosa derrota, refugiou-se no território sírio.
 
Tito (Imperador)
Os nacionalistas judeus, entusiasmados com essa vi­tória, preparam-se para novos combates. Inicialmente, apenas os pobres compunham os quadros da resistência. Com os primeiros sucessos, porém, os ricos e nobres passa­ram, com o mesmo ímpeto, a atacar os exércitos romanos. O historiador Flávio Josefo, de origem aristocrática, en­contrava-se entre os combatentes judeus.

Nero foi notificado do levante na Judéia, quando se encontrava na Grécia assistindo aos jogos olímpicos e par­ticipando de alegres festas. Para sufocar a rebelião, enviou à Palestina um de seus mais competentes militares. Estra­tegista de primeira grandeza, o general Vespasiano começa a tomar cidade após cidade dos revoltosos. Quando prepa­rava-se para sitiar Jerusalém, foi chamado às pressas à ca­pital do império. Com a morte do desvairado Nero, foi ele aclamado imperador.

A tarefa de sitiar e tomar a Cidade Santa é entregue, então, ao filho de Vespasiano. Com a mesma determinação do pai, o general Tito lança-se sobre Jerusalém, no ano 70 d.C.

O historiador israelita, Simon Dubnow, narra-nos, com vivas cores, como a mais amada das cidades judaicas foi destruída:
“…a fome se alastrava cada vez mais por Jerusalém; os cereais armazenados já se haviam esgotado há muito tempo; os ricos entregavam suas propriedades e os pobres seus últimos pertences em troca de um pedaço de pão. His­tórias terríveis se gravaram na memória do povo a respeito dos acontecimentos daqueles dias. Martha, a abastada viúva do sumo sacerdote Jesus Ben Gamaliel, em cuja pas­sagem, quando se dirigia ao Templo, se estendiam, outrora, preciosos tapetes, se via agora na contingência de ali­viar sua fome com restos recolhidos nas ruas; outra mulher rica, levada pela fome, degolou o próprio filhinho para co­mê-lo. As ruas estavam repletas de cadáveres e de gente desfalecida, e não havia tempo para enterrar os mortos. Os cadáveres espalhados por toda a parte empestavam o ar. A fome, a epidemia e as setas do inimigo provocaram a ruína nas fileiras dos defensores; mas os que ainda resistiam não perdiam as esperanças. Este heroísmo e pertinácia do povo assombrou até os heróicos romanos. Finalmente, eles diri­giram suas máquinas de assédio contra as fortificações do Templo. Quando os romanos tomaram a Torre Antônia, descobriram repentinamente espessas muralhas que cir­cundavam o Templo, e, como fosse impossível derrubá-las, Tito ordenou que se incendiassem os portões exteriores, dos quais partia uma série de colunas que chegavam até o próprio Templo; os guerreiros judeus lutaram como leões, e cada passo para o Templo custava ao inimigo rios de san­gue.

“De repente, um soldado romano agarrou um lenho ar­dente e lançou-o ao interior do Templo, através de uma ja­nela. As portas de madeira das salas do Templo se infla­maram e logo todo o Templo se achava envolto em cha­mas. Tito, que se dirigiu imediatamente para o lugar atin­gido, proferiu aos soldados, em altas vozes, a ordem de su­focar o incêndio e salvar o esplêndido edifício. Mas devido ao estrépido ensurdecedor das construções que caíam, aos gritos desesperados dos sitiados e ao ruído das armas, tor­nou-se impossível perceber a voz do chefe. Os enfurecidos romanos lançaram-se sobre as câmaras não afetadas ainda pelo fogo, com o fim de roubar os tesouros ali acumulados, mas somente puderam penetrar pisando os cadáveres dos guerreiros judeus, que lhes opunham uma grande resistên­cia no meio das labaredas. Então, os vencedores deram li­vre expansão à sua cólera. Velhos, mulheres e crianças fo­ram assassinados sem compaixão; muitos hebreus encon­traram a morte nas chamas, às quais se precipitaram va­lentemente. O Templo, orgulho da Judéia, transformou-se em um monte de escombros, sendo destruído na mesma data (nove e dez de Aw) em que fora destroçado antiga­mente o primeiro templo por Nabucodonosor. Dos objetos contidos no Templo, só permaneceram intatos o cande­labro, a mesa sagrada e um rolo da Tora. Tito ordenou le­vá-los e conservá-los como lembrança de seu triunfo. “Com a ruína de Jerusalém, desmembrou-se por completo o Estado Judeu. Esta luta tão singular na história, luta entre um Estado minúsculo e o Império mais poderoso do mundo, absorveu uma infinidade de vítimas e cerca de um milhão de judeus pereceu na guerra com os romanos (66-70) e uns cem mil foram feitos prisioneiros. Desses ca­tivos, alguns foram mortos, outros enviados a trabalhos forçados ou vendidos como escravos nos mercados da Ásia e África; mas os mais fortes e belos ficaram para lutar com feras nos circos romanos e acompanhar Tito em sua solene entrada em Roma. Sempre que Tito celebrava o aniversá­rio de seu pai e de seu irmão, organizava jogos militares e lutas de gladiadores, nos quais se arrojavam muitos judeus às feras do circo, para que os destroçassem, divertindo o público.”
Para comemorar a sua vitória, o imperador Vespasiano ordenou a cunhagem de moedas especiais que traziam uma mulher acorrentada e a seguinte expressão: “Judéia cativa, Judéia vencida.”
Poucos anos após a queda de Jerusalém, judeus e ro­manos voltariam a enfrentar-se. O renhido combate foi travado em Massada. Mostrando mais uma vez sua audá­cia e coragem, a resistência judaica preferiu autodestruir-se, a entregar-se ao opressor romano. A partir de então, toda a Judéia passou a pertencer aos imperadores roma­nos, que passaram a doar seus lotes ou vendê-los.

V – O IMPÉRIO ROMANO E OS CRISTÃOS
O judaísmo era tolerado no Império Romano, por não possuir caráter proselitista. A religião judaica limitava-se aos judeus. Raros eram os prosélitos. Os rabinos não ti­nham espírito apostólico. Ás autoridades de Roma, por isso mesmo, permitiam o funcionamento de sinagogas e es­colas hebraicas. A situação, contudo, foi substancialmente alterada com a guerra na Judéia em 70 d.C.

Cesareia Marítima
  Em conseqüência de seu espírito missionário, o Cris­tianismo, desde o seu nascedouro, foi duramente persegui­do. As autoridades romanas viam-no como uma perigosíssima ameaça. E, de fato, a religião do Nazareno visava e visa a conquista espiritual do mundo. Antes de sua ascen­são, ordenara Jesus aos seus apóstolos: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípu­los de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.18-20).

E, nos momentos que antecederam sua subida aos céus, o Ressuscitado fez esta recomendação aos seus após­tolos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da ter­ra” (At 1.8). A partir desse momento, desse glorioso e me­morável momento, tem início uma luta mortal entre o Rei­no de Deus (a Igreja) e o principado das trevas (o Império Romano).

Os imperadores movem cruentas e impiedosas perse­guições contra os cristãos. Nada, porém, consegue barrar o magistral progresso da Igreja. O número de servos de Deus aumenta dia após dia. Esse avanço, contudo, custa um alto preço: o sangue dos santos.

Hegesipo, escritor do Século II, narra-nos como o per­verso e anormal Nero tratou os cristãos, acusados, por ele, de terem incendiado Roma: “Alguns foram vestidos com peles de animais ferozes, e perseguidos pelos cães até se­rem mortos, outros foram crucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois incendiados ao pôr-do-sol, para que pudessem servir de luzes para iluminar a cidade durante a noite. Nero cedia os seus próprios jardins para essas execuções e apresentava, ao mesmo tempo, alguns jogos de circo, presenciando toda a cena vestido de carrei­ro, indo umas vezes a pé no meio da multidão, outras ven­do o espetáculo do seu carro”.

Sob o governo de Nero, que mandou incendiar a capi­tal de seu império e, covardemente, culpou os cristãos, pe­receram, ainda, os apóstolos Pedro e Paulo. Os seguidores de Cristo foram perseguidos pelo Império Romano por qua­se 300 anos. A situação só se amainou com a ascensão de Constantino, o Irande. Não falaremos mais detalhada­mente acerca dos sofrimentos desses heróicos homens, mu­lheres e crianças, por absoluta falta de espaço. O sangue desses santos, entretanto, continua a clamar no tempo e clamará na eternidade.

VI – O FIM DO IMPÉRIO ROMANO
Inscrição de Pôncio Pilatos
Depois de séculos de sanguinolência e devassidão, permissividade e térrea tirania, chega ao fim o “inexpugná­vel” Império Romano. A imoralidade e a inebriante luxa­ria tiraram do povo romano sua fibra e coragem. Enquanto isso, os inimigos de Roma fortaleciam-se e preparavam-se para deitá-la por terra.

Em 476 d.C, os bárbaros invadiram Roma. Desapare­ceu, assim, o mais extenso e poderoso reino humano! No entanto, segundo profetizou Daniel, esse império ressurgi­rá com grande poder. Sua duração, porém, será curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores encarregar-se-á de des­truí-lo.


Fonte: Fontes: Bíblia, AdventismoemFoco e MagnusNascimento.Wordpress, JW
Referências Bíblicas: Atos dos Apóstolos; Mateus; Marcos; Lucas; João; Revelação (Apocalipse) outros.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

5 - GREGO / MACEDÔNICO

7 POTÊNCIAS MUNDIAIS DESCRITAS NA BÍBLIA (SÉRIE)




Sumário: Introdução. I – História da Grécia. II -Alexandre Magno. III – Geografia da Grécia. IV – Os gregos e os judeus. V – Fim do Império Grego.

INTRODUÇÃO
A Grécia é o berço da civilização ocidental. Dos gre­gos, herdamos a democracia, a concepção clássica das ar­tes e, principalmente, a filosofia. Não obstante a exigüidade de suas possessões geográficas, a antiga Grécia continua a nos influenciar. Não fossem os helenos não haveria a tra­dicional divisão do mundo entre Ocidente e Oriente.

Amantes da liberdade e acostumados às discussões ao ar livre, os gregos legaram-nos um inestimável tesouro – as bases de nossa civilização. Eles, ao contrário dos indianos, chineses e outros povos orientais, discutiam racionalmente todos os assuntos pertinentes à “polis”, – cidade, em gre­go. Acariciados pelos ventos elísios, deleitavam-se em perquirir e filosofar. Tornarem-se amigos da sabedoria – eis a sua maior ambição.

Sob essa atmosfera, tão propícia ao desenvolvimento do espírito, surgiram grandes gênios: Tales, Empédocles, Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles e muitos outros. Visando ao desenvolvimento integral do ser humano, os gregos não se preocupavam apenas com a mente. Volta­vam-se, com o mesmo afinco, ao aprimoramento físico. É comum, pois, vislumbrarmos nas esculturas áticas verda­deiros Adônis e Vênus.

Sob o comando de Alexandre Magno, esse ilustre povo conquistou o mundo influente de então e espalhou sua cul­tura por todas as terras. Foi esse soberano macedônio quem destruiu o Império Persa. As façanhas desse jovem e audaz monarca tornaram-se proverbiais.

I – HISTÓRIA DA GRÉCIA
A Grécia antiga estava dividida em cidades-estados. Sem coesão político-administrativa, esses pequenos e até diminutos países estavam em constantes alterações. Haja vista as repetidas escaramuças entre Esparta e Atenas. Os gregos eram unidos somente por laços culturais e religio­sos. Quando o perigo os ameaçava, firmavam, porém, alianças provisórias.

Filipe II e Alexandre Magno (moedas)
  O Século V a.C, marca o auge da Grécia. Nessa longínqua época, Péricles assume o comando político de Atenas e começa a apoiar, maciçamente, os empreendi­mentos culturais. Brilhante orador e possuidor de invulgar gênio administrativo, transforma a capital da Ática na mais importante cidade do mundo.

Em meio a tão viçosa democracia, despontam os filó­sofos, escultores, pintores, dramaturgos, poetas, arquite­tos, médicos, etc. Essa importantíssima Era da história grega passa a ser conhecida como o Século de Péricles. Ja­mais os helenos voltariam a presenciar tanto desenvolvi­mento e tamanha glória.
No século seguinte, os gregos tornam-se alvo das in­tenções hegemônicas de Felipe II da Macedônia.

II – ALEXANDRE MAGNO
Limitando-se ao sul com a Grécia, a Macedônia esta­va destinada a dominá-la e a encabeçar o domínio heleno do mundo. Seus habitantes, à semelhança dos gregos, eram de origem indo-européia. A cultura macedônia, con­tudo, é considerada bem inferior à grega. Nesse país, cuja área é ocupada hoje pela Iugoslávia, nasceu Felipe II.

Estátua de Alexandre, o Grande
  Capturado por um bando de gregos, em meados do Sé­culo Quarto a.C, esse irrequieto macedônio é levado a Tebas, onde domina as artes bélicas da Grécia. Em seu exílio, elabora audaciosos planos: modernizar os exércitos da Ma­cedônia e unir todos os helenos sob o seu comando. Eis sua grande obsessão: subjugar o Império Persa. De volta à sua terra, dá largas às suas pretensões hegemônicas. Em pouco tempo, transforma as forças armadas macedônias em uma eficaz e formidável máquina de guerra. Com ímpeto, do­mina as cidades-estados gregas.

Entretanto, quando se preparava para atingir o auge de suas realizações militares, é assassinado. Deu-se o desenlace durante as núpcias de sua filha e às vésperas de in­vadir a Ásia Menor. Prematuramente tolhido por tão bár­bara fatalidade, desaparece sem dar consecução aos seus ambiciosos planos.

Caberia ao seu filho concretizar-lhe os ideais.

“Um dos maiores gênios militares de todos os tem­pos”. Assim é descrito Alexandre Magno. Nascido em 356 a.C, teve uma primorosa educação. Seu preceptor foi, nada mais nada menos, que Aristóteles. Aos pés do mais exato dos filósofos gregos, o príncipe macedônio universali­za-se. Com o alargamento de sua visão do mundo, passa a contemplar a humanidade como uma só família.
Como, porém, concretizar esse ideal?

Conquistador inato e guerreiro audaz, declara sua in­tenção: conquistar a Terra. Não obstante seus 20 anos, reafirma sua autoridade sobre os gregos e, à testa de um exército de 40 mil homens, marcha em direção aos persas. Com fúria sobre-humana, derrota Dario Codomano, que possuía uma descomunal guarnição de mais de 800 mil ho­mens.

Após destruir o poderio persa, Alexandre Magno pros­segue, conquistando terras e mais terras no Oriente. Ao chegar ao rio Indu, na índia, seus homens convencem-no a voltar à terra natal. Cansados e com saudades, eles alme­javam rever a Grécia e voltar ao convívio familiar.

Percebendo estar o moral de seu exército um pouco baixo para novas conquistas, o soberano macedônio resol­ve regressar. Foi-lhes a volta sobremodo penosa. Suporta­ram, por longos meses, alucinante sede e infindáveis cami­nhadas sobre desérticas regiões. Muitos tombaram sob o causticante calor do deserto.

Alexandre Magno, ao chegar a Babilônia, é recebido como um ente celestial. Tributam-lhe divinas honrarias. Para os pobres mortais, não havia ser tão glorioso como o príncipe macedônio. Os dias vindouros, contudo, revelam a verdade: o filho de Filipe II não passava de um homem de carne e osso, sujeito aos caprichos da natureza e limita­do pelos absolutos desígnios de Deus.

Tumba da época de Alexandre, o Grande
  Em 323 a.C., morreu repentinamente. Com ele, mor­reram também os seus sonhos de ecumenizar a humanida­de. Na cidade, palco de tantos acontecimentos impor­tantíssimos para a História, cai o bravo príncipe macedô­nio. O império desse jovem monarca não resiste à sua mor­te. Conforme profetizara Daniel, as possessões alexandri­nas são repartidas entre os mais ilustres militares gregos.

Coube a Lísimaco a Trácia e uma parte da Ásia Me­nor. A Cassandro, a Macedônia e a Grécia. A Seleuco, a Síria e o Oriente. E, a Ptolomeu, o Egito. De conformidade com as palavras do Senhor, o Império Grego foi dividido. Desfazia-se, assim, o sonho pan-helenístico de um grande visionário.
Uma das maiores realizações de Alexandre Magno foi a difusão universal da cultura grega. Esse magnífico em­preendimento cultural facilitaria, mais tarde, a propaga­ção global do Evangelho. O apóstolo Paulo, por exemplo, em suas viagens missionárias, não encontrou quaisquer di­ficuldades em se comunicar com os gentios, em virtude da internacionalização do koinê – grego vulgar. O historiador Robert Nichols Hasting afirma que os helenos deram subs­tancial contribuição ao plano salvífico de Deus.

III – GEOGRAFIA DA GRÉCIA
A Grécia constitui-se, praticamente, de uma penínsu­la localizada no Sudeste da Europa. Esse maravilhoso país é banhado por três mares: a leste, pelo Egeu; ao sul, pelo Mediterrâneo; e a oeste pelo Jônico. A Macedônia ficava ao norte. Nos primórdios, o território grego era conhecido como Acaia e limitava-se, ao sul da península. A região ocupada por Atenas, nessa mesma época, era denominada de Ática.

Toda recortada pelo mar, a Grécia é cercada por mui­tas ilhas e ilhotas. A natureza prodigalizou a Hélade com numerosas montanhas e abruptos declives. Negou-lhe, entretanto, caudalosos rios e extensas planícies. A hidrogra­fia grega é paupérrima. Por causa disso, os helenos só culti­vam sementes que resistam aos longos estios e às altas temperaturas.

Mapa de Conquistas de Alexandre, o Grande
  Em virtude da inclemência do clima e do solo de sua terra, os gregos começaram a dar asas à sua imaginação. Sonharam com outras terras e vislumbraram novos hori­zontes. Embevecidos de sonhos e esperanças, provocaram a sua diáspora, que durou do Século XII ao Século VI a.C. Eles fundaram colônias nas ilhas do mar Egeu, do mar Mediterrâneo e do mar Negro. Instalaram-se, ainda, na Ásia Menor, no Sul da Itália, no Norte da África e até em Massília, território ocupado, hoje, pela França.
A partir do Século IV a.C. a história da Grécia entre­laça-se à da Macedônia. É bom conhecermos, por conse­guinte, algumas particularidades geográficas desse país que, sob a roupagem helena, quase conquistou a Terra.

A Macedônia limitava-se, ao sul com a Grécia; ao les­te, com o mar Egeu e com a Trácia; ao norte, com os mon­tes balcânicos; e, a oeste, com a Trácia e o Ilíaco. Hodiernamente, o território macedônio é ocupado pela Grécia, Iugoslávia, Bulgária, Albânia e a parte européia da Tur­quia. O país de Alexandre Magno era uma vastíssima planície fértil, cercada de altas montanhas.

Na Macedônia, ficava a cidade de Filipos, onde o Evangelho, através de Paulo, foi pregado, pela primeira vez, em território europeu. Dessa região estratégica, a Pa­lavra de Deus estendeu-se por toda a Europa, alcançando milhões de almas. O território macedônio, portanto, serviu de importantíssima base missionária para o apóstolo dos gentios coroar de êxitos a sua carreira cristã.

Alexandre Magno, lançou-se da Macedônia para con­quistar o mundo. Do mesmo lugar, o apóstolo Paulo lan­çou-se à Europa para ganhar o mundo, mas, para Cristo. As glórias do príncipe macedônio, entretanto, feneceram. – E, as glórias do Evangelho? – Continuam a brilhar!

IV – OS GREGOS E OS JUDEUS
Mapa Grécia Antiga
  De acordo com alguns historiadores, o contato de Ale­xandre Magno com os judeus foi rápido e emocionante. O cronista hebreu Flávio Josefo narra-nos este encontro: “Dario, tendo sabido da vitória obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu todas as forças, para marchar contra ele, antes que se tornasse Senhor de toda a Ásia; depois de ter passado o Eufrates e o monte Tauro, que está na Cilícia, resolveu dar-lhe combate. Quando Sanabaleth viu que ele se aproximava de Jerusalém, disse a Manasses que cumpriria sua promessa logo que Dario tivesse vencido Alexandre, pois ele, e todos os povos da Ásia estavam con­victos de que os macedônios, sendo em tão pequeno núme­ro, não ousariam combater contra o formidável exército dos persas. Mas os fatos mostraram o contrário. A batalha travou-se: Dario foi vencido com graves perdas; sua mãe, sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi obri­gado a fugir para a Pérsia. Alexandre, depois da vitória, chegou à Síria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro. Durante o tempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jaddo, Grão-Sacrificador dos judeus, pedindo-lhe três coisas: auxílio, comércio livre com seu exército e o mesmo auxílio, que ele dava a Dario, garantindo-lhe que se o fizesse, não teria de que se arrepen­der, por ter preferido sua amizade à dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que os judeus tinham prometi­do a Dario, com juramento, jamais tomar as armas contra ele e por isso não podiam fazê-lo, enquanto ele vivesse. Alexandre ficou tão irritado com esta resposta, que man­dou dizer-lhes que logo que tivesse tomado Tiro, marcha­ria contra ele, com todo o seu exército, para ensinar-lhe, e a todos, a quem é que se devia guardar um juramento. Ata­cou Tiro com tanta força, que dela logo se apoderou; de­pois de ter regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza onde Bahémes governava em nome do Rei da Pérsia.

“Voltemos, porém, a Sanabaleth. Enquanto Alexan­dre ainda estava ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o tempo era próprio para realizar seu intento. Assim, aban­donou o partido de Dario e levou oito mil homens a Ale­xandre. O grande príncipe recebeu-o muito bem; disse-lhe então ele que tinha um genro de nome Manasses, irmão do Grão-Sacrificador dos judeus, que vários daquela nação se tinham juntado a ele pelo afeto que ele lhes tinha e que ele desejava construir um templo perto de Samaria; que S. Majestade disso poderia tirar grande vantagem, porque as­sim dividiria as forças dos judeus e impediria que aquela nação pudesse se revoltar por inteiro e causar-lhe dificul­dades, como seus antepassados tinham dado aos reis da Síria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou que se trabalhasse com incrível diligência na construção do tem­plo e constituiu Manasses Grão-Sacrificador; Sanabaleth sentiu grande alegria por ter granjeado tão grande honra aos filhos que ele teria de sua filha. Morreu, depois de ter passado sete meses junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. Quando este ilustre conquistador tomou esta última cidade, avançou para Jerusalém e o Grão-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com todo o povo em tão grave perigo, recor­reu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus apareceu-lhe em so­nhos na noite seguinte e disse-lhe para espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos pontificais, com todos os sacrificadores, também assim revestidos e todos os demais, vestidos de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano, por que ele os protegeria.

“Jaddo comunicou com grande alegria a todo o povo a revelação que tivera e todos se preparam para esperar a vinda do rei. Quando se soube que ele já estava perto, o Grão-Sacrificador, acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa tão santa e tão diferente da das outras nações, até o lugar denominado Sapha, que, em grego, significa mirante, por­que de lá se podem ver a cidade de Jerusalém e o templo. Os fenícios e os caldeus, que estavam no exército de Ale­xandre, não duvidaram de que na cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhes permitiria saquear Jerusa­lém e dai ia um castigo exemplar ao Grão-Sacrificador. Mas aconteceu justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela grande multidão de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus paramentos de Unho e o Grão-Sacrificador, com seu éfode, de cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabeça, com uma lâmi­na de ouro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o Grão-Sacrificador, ao qual ninguém ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-se em redor de Ale­xandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de fe­licidade e de prosperidade. Mas os reis da Síria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espanto que julgaram que ele tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande prestígio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o Grão-Sacrificador dos judeus. Não é a ele, respondeu Ale­xandre, ao Grão-Sacrificador, que eu adoro, mas é a Deus de quem ele é ministro. Pois quando eu ainda estava na Macedônia e imaginava como poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exortou a nada temer; disse-me que passasse corajosamen­te o estreito do Helesponto e garantiu-me que ele estaria à frente de meu exército e me faria conquistar o império dos persas. Eis por que, jamais tendo visto antes a ninguém re­vestido de trajes semelhantes aos com que ele me apareceu em sonho, não posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, des­truirei o império dos persas e todas as coisas suceder-me-ão segundo meus desejos.

“Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio, abraçou o Grão-Sacrificador e os outros sacrificadores, caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu ao templo, ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o Grão-Sacrificador lhe dissera que devia fazer. O soberano Pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito que um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele de quem a profecia fazia menção.
“Alexandre ficou muito contente; no dia seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favo­res desejava receber dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus antepassados e isentá-los no séti­mo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros. Ele concedeu-lho. Tendo-lhe, porém, eles pedido que os judeus que moravam na Babilônia e na Média, gozassem dos mes­mos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse que se alguém desejasse servir em seus exércitos ele o per­mitiria viver segundo sua religião e observar todos os seus costumes. Vários então alistaram-se.”

Após a morte de Alexandre Magno, como já dissemos.

O Império Grego foi dividido entre quatro generais: Lísimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Ambiciosos, auto-coroaram-se e trataram de solidificar seus reinos. Seus inte­resses entrechocaram-se muitas vezes, ocasionando violen­tas escaramuças. Esses potentados subsistiram até a as­censão do Império Romano.

Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas crônicas ptolomaicas e selêucidas, por causa de seu relacionamento com os filhos de Israel.

Império Grego após a morte de Alexandre, o Grande

1 – Os Ptolomeus
Sob a égide dos Ptolomeus, experimenta o Egito um grande progresso. Em virtude de sua formidável e ágil frota, torna-se o mais poderoso reino grego. Não obstante as guerras e a política agressiva da Síria, consegue manter sua supremacia até o Século II a.C. Quando da ascensão da dinastia ptolomaica, havia, na mais florescente cidade egípcia – Alexandria – uma grande colônia judaica.
Complacentes e liberais, os ptolomeus permitiram aos dispersos de Judá o cultivo de suas tradições e a adoração de Jeová. Tão magnânimos eram esses soberanos que, in­clusive, incentivavam os judeus a continuar a praticar os ritos mosaicos. Ptolomeu Filadelfo, por exemplo, enco­mendou aos eruditos hebreus a tradução do Antigo Testa­mento em língua grega. Essa versão, composta em primo­roso e escorreito grego, é conhecida como a Septuaginta. Em Alexandria, ainda, os dispersos filhos de Abraão foram autorizados a construir um templo para perpetuar o nome do Santo de Israel.

Ventos de destruição e morte, entretanto, acabariam com a bonança da progressista comunidade judaica egíp­cia. Tudo aconteceu com a ascensão de Ptolomeu IV. Esse soberano, conhecido também como Filopator, encetou uma campanha militar de grande envergadura contra Antíoco, o Grande, com o objetivo de reconquistar a Pales­tina.

Depois de derrotar os sírios e entrar triunfalmente em Jerusalém, começou a urdir perigoso e sacrílego plano: en­trar no Santo Templo. Descobrindo-lhe o intento, os ju­deus puseram-se à porta da Casa do Senhor e, com incontido fervor, começaram a gritar e a protestar contra essa ignominiosa intenção.

Severamente pressionado, Filopator contém-se e não entra no santuário-maior do povo israelita. Todavia, a par­tir daquele momento, devota-lhe incontrolável ódio. De volta ao Egito, começa a perseguir os judeus e, conseqüen­temente, a perder o importante respaldo político da comu­nidade israelita plantada em solo egípcio.

Dessa época em diante, o reino ptolomaico começa a perder a sua importância. O cenário político do Oriente Médio, doravante, seria dominado pela Síria.

2 – Os Selêucidas
A Síria experimentou grande progresso sob o reinado dos selêucidas. Com o seu poderoso exército, fez aguerrida oposição às intenções hegemônicas dos ptolomeus. No período inter-testamental, influiu, grandemente, na políti­ca do Oriente Médio. E, por causa de suas intenções de helenizar a região, principalmente a Judéia, tornou-se gran­de opositora da nação de Israel.

O império selêucida recebe o nome de seu primeiro so­berano. Após a morte de Alexandre Magno, o audaz e am­bicioso Seleuco estabelece poderoso reino na Síria. Os três primeiros monarcas selêucidas mantiveram trato amigável com os judeus. Antíoco III, por exemplo, não obstante suas intenções de anexar a Palestina, é aclamado como liberta­dor pelos filhos de Israel. Seus ímpetos expansionistas são refreados, todavia, por Roma.

Antíoco III é substituído pelo seu filho, Antíoco Epífanes. Movido por incontrolável ódio, perseguiu violenta­mente os judeus. – Qual o motivo de sua inexplicável ira? -Segundo Flávio Josefo, ele foi levado a agir de forma tão insana ao ver frustrado o seu plano de helenizar a Judéia.

Encarnando o próprio Diabo, esse contumaz e demen­te soberano entrou em Jerusalém e profanou o santo Tem­plo. No lugar santíssimo, sacrificou uma porca. Os judeus, entretanto, não se conformam. Sob a liderança dos Macabeus, rebelaram-se e humilharam o agressor. A revolta macabéia é uma das mais belas páginas da nação judaica.

V – FIM DO IMPÉRIO GREGO
Esfacelado e arruinado por disputas intestinas, che­gou ao fim o glorioso Império Grego. Em seu lugar, levan­ta-se o terrível e assombroso animal, visto por Daniel sécu­los antes. O Império Romano, de acordo com a visão do santo profeta, seria diferente de todos os outros – conquis­taria, esmagaria. Qual desamparada virgem, a nação de Israel sentiria, também, quão férreas e afiadas são as gar­ras de Roma.

Fonte: Fontes: Bíblia, AdventismoemFoco e MagnusNascimento.Wordpress, JW, Paralipomenos
Referências Bíblicas: Atos dos Apóstolos; Crônicas I e II; Daniel; Ezequiel 26:3-5, 12; 27:32-36; Zacarias 9:3, 4; Mateus 4:25; Marcos 5:20; 7:31 outras)
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terça-feira, 11 de outubro de 2016

4 - MEDO-PÉRSIA

7 POTÊNCIAS MUNDIAIS DESCRITAS NA BÍBLIA (SÉRIE)


Sumário: Introdução. I – História do Império Per­sa. II – Geografia do Império Persa. III – O Império Persa e os judeus. IV – Fim do Império Persa.

INTRODUÇÃO
Com a destruição do Império Babilônico surge uma nova superpotência no Médio Oriente. A coligação medo-persa transforma-se, rapidamente, em um vastíssimo reino. No tempo de Assuero, por exemplo, a Pérsia dominava sobre 127 províncias, da índia à Etiópia. Jamais surgira reino de tão dilatadas possessões!

Durante o Império Persa, os judeus foram tratados com longanimidade e condescendência. Permitiam-lhes os soberanos persas, por exemplo, as manifestações de sua religiosidade e tradições nacionais. Nesse período, obtêm os dispersos de Judá permissão para voltar à amada e inesquecível Terra de Israel e reconstruir o santo Templo e suas casas.

Como todo o poderio humano é efêmero, o Império Persa não deixaria de exalar o último suspiro. Em seu lugar, outro reino emergiria. A História vai sendo escrita com a ascensão e queda dos impérios. A soberana vontade do Todo-poderoso, entretanto, permanece incólume e absoluta.

I – HISTÓRIA DO IMPÉRIO PERSA
O capítulo dez de Gênesis é conhecido como a genealogia das nações. Nele, estão registrados os nomes dos principais patriarcas da raça humana. Não encontramos, porém, nessa importante porção das Sagradas Escrituras, o cadastro da ancestralidade persa. Julga-se, por isso, ter a Pérsia começado a formar-se séculos após a dispersão da Torre de Babel.

A nação persa é o resultado da fusão de povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas, elamitas, gutitas e lulubitas. A mais antiga comunidade persa é a de Sialk. Por muitos séculos, esse povo esteve envolvido em completo anonimato. Suas alianças políticas variavam de acordo com as tendências da época. Ao aproximar-se da Média, contudo, começa a descobrir o valor de sua nacionalidade e as suas reais potencialidades.

A Pérsia, durante o Império Babilônico, não passava de um Estado vassalo da Média. Ambas as nações, porém, mantinham, até certo ponto, uma convivência pacífica, em virtude de possuírem algumas heranças comuns: eram indu-europeias e dedicavam-se à criação de gado cavalar. Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu poderio e começam a desvencilhar-se dos tentáculos medos.

Ciro II, rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C
Ciro II consegue, em 555 a.C, reunificar as várias tribos persas. Sentindo-se fortalecido, lança-se sobre a Média. Depois de três anos de renhidas batalhas, derrota-a. A vitória desse monarca é tão retumbante, que causa espécie em toda a região. Temerosos, os reinos vizinhos reúnem-se com o objetivo de formar uma aliança para frustrar as intenções hegemônicas do novo reino.

Perspicaz e oportunista, Ciro II move uma guerra generalizada contra essa coligação, abatendo-a em seu nascedouro. Em uma bem sucedida série de ataques relâmpagos, derrota a Lídia e a Babilônia. Espantadas com o ímpeto bélico desse monarca, Esparta e Atenas firmam um acordo de paz com a Pérsia.

Dario encarrega-se da conquista de Babilônia. Na noite de 538 a.C. esse importante general de Ciro II, aprovei­tando-se da embriaguez de Belsazar e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade daquela época. O príncipe babilônico, conforme previra o profeta Daniel, é deposto e morto. O Todo-poderoso servira-se dos persas para contar, pesar e dividir o império fundado por Nabopolassar.
Condescendente, Dario resolve poupar a vida do pai de Belsazar. Na fatídica noite da queda de seu reino, Nabonido encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavações arqueológicas, pois deliciava-se com o estudo das coisas antigas. Desterrado para a Carcâmia, seria nomeado, posteriormente, um dos governadores regionais do novo soberano.

Inicialmente, Dario foi designado, por Ciro II, para governar Babilônia. Enquanto isso, consolidava os alicerces do poderio medo-persa. É bom esclarecermos que a Média, apesar de derrotada pela Pérsia, uniu-se a esta, imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de então.

Ciro II, conforme já dissemos, mostrava-se tolerante com os vencidos. Procurava tratá-los com dignidade e consideração. Souto Maior traça o perfil desse controvertido persa: “Ciro foi, é verdade, um conquistador, porém não teve o aspecto primário dos monarcas guerreiros de sua época. Sua dominação se fazia opressiva pelas obrigações econômicas exigidas, o que aliás explica as constantes revoltas. Contudo, seu imperialismo era sem dúvida superior ao primitivismo cruel dos conquistadores assírios.”

Quando de sua morte, em 529 a.C, o Império Persa já abarcava infindáveis possessões.

II – GEOGRAFIA DO IMPÉRIO PERSA
Portão de Xerxes
 Documentos desenterrados nas últimas décadas reve­lam-nos existirem duas Pérsias. A Grande Pérsia, localiza­da no Sudeste do Elã, e que correspondia à área ocupada atualmente pelo Irã. Por seu turno, a Pequena Pérsia limi­tava-se, ao Norte, pela Magna Média.

Em um sentido amplo, o território persa compreendia o planalto do Irã, toda a região confinada pelo Golfo Pérsi­co, os vales do Tigre e do Ciro, o mar Cáspio e os rios Oxus, Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possessões persas estendiam-se da índia à Grécia, do Da­núbio ao Mar Negro, e do Monte Cáucaso ao Mar Cáspio ao Norte e atingia, ainda, o deserto da Arábia e Núbia.

III – O IMPÉRIO PERSA E OS JUDEUS
Durante a dominação babilônica, os judeus não goza­vam de muitas prerrogativas. Com muito custo e, enfren­tando grandes dificuldades, conseguiram manter sua reli­gião e suas tradições nacionais. Em seus 70 anos de exílio, os filhos de Abraão foram provados, aliás, dura e inumana­mente.  Reconheceram, entretanto, quão amargos frutos colhiam em conseqüência de sua idolatria e que não existe outro Deus, além do Santo de Israel.

Império Persa Antigamente
Com a ascensão do Império Persa, descortinam-se-lhes novos e promissores horizontes. O Senhor usa o rei Ciro para autorizar-lhes o regresso a Sião. No primeiro ano de reinado desse ilustre soberano, os filhos de Judá são li­berados a retornar à terra de seus antepassados. A frente dos repatriados, ia o governador Zorobabel que, nos anos subseqüentes, seria o principal baluarte da reconstrução do nosso Estado Judaico.

Não fosse a liberalidade de Ciro, tratado por Deus como “meu servo”, os judeus não teriam condições de se dedicarem a cumprir tão formidável tarefa. Sob a vista dos sucessores do fundador do Império Persa, os muros e o Templo de -Jerusalém foram reconstruídos em tempo re­corde. O diligente Zorobabel, o destemido Neemias, o eru­dita Esdras e o judicioso sumo sacerdote Josué, contaram com o respaldo da monarquia persa, no santo cumprimen­to de seus deveres.

Ciro mostrou-se tão liberal que, inclusive, devolveu aos líderes judaicos parte dos tesouros do Templo levados a Babilônia por Nabucodonosor. Atrás da generosidade persa, contudo, estava a potente mão de Deus!

No tempo da rainha Ester, mulher do poderoso Assue-ro, vemos, uma vez mais, o Senhor usar o poderio persa em favor de seu povo. Não obstante as maquinações de Hamà. o Deus de Abraão, Isaque e Jacó forçou o soberano persa a ver com simpatia a causa dos exilados judeus. For inter­médio da belíssima prima de Mardoqueu, o Todo-poderoso intervém em favor da nação judaica e concede-lhe grande livramento.

O ministério de Ester é tão glorioso que, ao interceder, junto ao seu esposo, pela vida de seu povo, estava preser­vando, indiretamente, a existência do Salvador. Fossem os judeus aniquilados pelo diabólico Hamã e toda a ancestralidade de Cristo extinguir-se-ia nos limites do Império Per­sa.

IV – FIM DO IMPÉRIO PERSA
Ruínas de Persépolis
O Império Persa resplandecia no Oriente. No Ociden­te, enquanto isso, a Grécia começa a desenvolver-se e a tor­nar mais marcante a sua presença no concerto das nações. Delineava-se, dessa maneira, o fim do imperialismo persa. Quão exatas mostravam-se as profecias de Daniel! Segun­do ele predissera, a Grécia substituiria a Pérsia no coman­do político daquela época. E, caberia a um intrépido macedônio a glória de pôr término à expansão medo-persa.


Referências Bíblicas:
- II Reis - II Crônicas - Isaías - Jeremias - Ezequiel -Daniel -Oséias - Joel - Amos - Obadias - Miquéias -Naum - Habacuque - Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias - Esdras - Neemias - Rute e Ester

Fontes: Bíblia, AdventismoemFoco e MagnusNascimento.Wordpress
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